Promotor
Teatro Municipal Joaquim Benite
Breve Introdução
Garibaldi, director tirânico de um circo, esforça-se em vão para que a sua trupe toque com perfeição A truta, de Schubert. Mas os incidentes acumulam-se, num gague circense de tentativas desesperadas para tocar em conjunto. Aparentemente, a única coisa que conseguem fazer é destruir quotidianamente a obra prima do compositor (não por acaso) austríaco. Porém, é preciso ensaiar todos os dias ensaiar. Ensaiar como forma de enfrentar a morte. Não resta senão entrar com o arco a tocar pela morte adentro, diz Garibaldi.
Thomas Bernhard (1931-1989), cuja escrita fixou com brilho e modernidade a circularidade robusta das obsessões, fez em A força do hábito um retrato de artistas relutantes. Exilados, ambulantes, os artistas odeiam se entre si, não se entendem, embora precisem uns dos outros para tocar em conjunto, para continuarem vivos. Sentidos alerta: um passo em falso e é a morte do artista. De terra em terra, de estação a estação, a viagem com esperança no infinitamente difícil, no inatingível. Uma homenagem de Bernhard às gente do teatro, do circo e da música, com verrina e ternura. (Nuno Carinhas)
Ficha Artística
Texto de Thomas Bernhard
Encenação de Nuno Carinhas
Tradução Alberto Pimenta
Cenografia e figurinos Luís Mouro
Apoio musical Maria Gomes, Rogério Peixinho
Desenho de luz Fernando Sena
Interpretação Fernando Landeira, Roberto Jácome, Sílvia Morais, Susana Gouveia, Tiago Moreira
Operação de luz e som Hâmbar de Sousa
Carpintaria Pedro Melfe
Produção Celina Gonçalves